Francisco (em latim: Franciscus), nascido Jorge Mario Bergoglio SJ (Buenos Aires, 17 de
dezembro de 1936) é o 266.ºPapa da Igreja
Católica e atual chefe de
Estado do Vaticano.
É o primeiro jesuíta e o primeiro Sul-americano a
ser eleito Papa. É também o primeiro Papa não europeu em 1200 anos. Arcebispo de Buenos Aires desde 28 de
fevereiro de 1998 e cardeal-presbítero desde 21 de
fevereiro de 2001, foi eleito Papa em 13 de março de 2013.
Infância e juventude
Jorge Mario Bergoglio, filho do casal de imigrantes italianos Mario
Bergoglio (trabalhador ferroviário) e Regina Maria Sivori (dona de casa).
Nascido e criado no bairro de Flores, fez graduação e mestrado em Química,
na Universidade de Buenos Aires.
Companhia de Jesus (jesuítas)
Ingressou no noviciado da Companhia de Jesus em março de 1958. Fez o juniorado em Santiago, Chile. Graduou-se em Filosofiaem 1960, na Universidade
Católica de Buenos Aires. Entre os anos 1964 e 1966, ensinou Literatura e
Psicologia, no Colégio Imaculada, na Província de Santa Fé, e no Colégio do
Salvador, em Buenos Aires. Graduou-se em Teologia em
1969. Recebeu aordenação presbiteral no dia 13 de
dezembro de 1969, pelas mãos de Dom Ramón José Castellano. Emitiu seus
últimos votos na Companhia de Jesus em 1973. Em 1973 foi nomeado Mestre de
Noviços, no Seminário da Villa Barilari, em San Miguel. No mesmo ano
foi eleito superior provincial dos jesuítas, na Argentina. Em 1980, após o
período do provincialato, retornou a San Miguel, para ensinar em uma escola dos
jesuítas. [4]
No período de 1980 a 1986 foi reitor da Faculdade de Filosofia e
Teologia de San Miguel . Após seu doutorado na Alemanha,
foi confessor e diretor espiritual em Córdoba.
Episcopado
Em 20 de maio de 1992, o Papa João Paulo II o nomeou bispo
auxiliar de Buenos Aires, com a sé titular de
Auca (Aucensi). Sua ordenação episcopal deu-se a 27 de Junho de 1992. Em 3 de Junho de 1997, foi nomeado arcebispo
coadjutor de Buenos Aires. Tornou-se arcebispo metropolitano de
Buenos Aires no dia 28 de Fevereiro de1998.
Cardinalato
Foi nomeado cardeal no consistório de 21 de
fevereiro de 2001, pelo João Paulo II, recebendo o título de cardeal-presbítero de São Roberto Belarmino.
Quando foi nomeado, conveceu centenas de argentinos a não viajarem para Roma.
Em vez de irem ao Vaticano celebrar a nomeação, pediu que dessem o dinheiro da
viagem aos pobres.
Foi membro dos seguintes dicastérios na Cúria Romana:
Foi eleito Papa no dia 13 de março de 2013 e adotou o nome de Francisco, sendo o primeiro nascido nas Américas e primeiro jesuíta a se tornar Papa.
Conclave de 2013
O cardeal Bergoglio
foi eleito Papa a
13 de março de 2013, no segundo dia do conclave papal 2013, escolhendo o nome
de Francisco. O Cardeal Bergoglio é o primeiro Papa a ser eleito sendo membro
da Companhia de Jesus. É o primeiro Papa americano e o primeiro papa não
europeu em mais de 1.200 anos; o último não-europeu a ser eleito foi São Gregório III, que nasceu na Síria e
governou a Igreja Católica entre 731-741.[14]
Primeira aparição como Papa
O Papa Francisco apareceu ao povo na sacada (ou varanda) central da Basílica de São Pedro por volta das
20 horas e 30 minutos (hora de Roma). Vestindo apenas a batina papal branca,
acompanhou a execução da Marcha Pontifical e saudou a multidão
com um discurso:
Irmãos e irmãs, boa-noite!
Vós sabeis que o dever do Conclave era dar um Bispo a Roma. Parece que
os meus irmãos Cardeais tenham ido buscá-lo quase ao fim do mundo… Eis-me
aqui! Agradeço-vos o acolhimento: a comunidade diocesana de Roma tem o seu
Bispo. Obrigado! E, antes de mais nada, quero fazer uma oração pelo nosso
Bispo emérito Bento XVI. Rezemos todos juntos por ele, para
que o Senhor o abençoe e Nossa Senhora o guarde.
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O Papa rezou as orações do Pai Nosso, Ave Maria e
Glória ao Pai, dedicando-as ao Papa Emérito. Em seguida, completou:
E agora iniciamos este caminho, Bispo e povo... este caminho da Igreja
de Roma, que é aquela que preside a todas as Igrejas na caridade. Um caminho
de fraternidade, de amor, de confiança entre nós. Rezemos sempre uns pelos
outros. Rezemos por todo o mundo, para que haja uma grande fraternidade.
Espero que este caminho de Igreja, que hoje começamos e no qual me ajudará o
meu Cardeal Vigário, aqui presente, seja frutuoso para a evangelização desta
cidade tão bela!
E agora quero dar a Bênção, mas antes… antes, peço-vos um favor: antes
de o Bispo abençoar o povo, peço-vos que rezeis ao Senhor para que me abençoe
a mim; é a oração do povo, pedindo a Bênção para o seu Bispo. Façamos em
silêncio esta oração vossa por mim.
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O Papa abaixou a cabeça em sinal de oração, e toda a Praça silenciou por
um momento. Por fim, realizou sua primeira bênção Urbi et Orbi,
e despediu-se da multidão dizendo "Boa noite, e bom descanso!".
Nome Papal
Pela primeira vez na história um Papa escolheu o nome de Francisco. Em
uma referência direta a Francisco
Xavier (um dos co-fundadores da Companhia de Jesus, a que o
atual papa fazia parte), o Papa em seu primeiro discurso falou de fraternidade
e humildade, esclarecendo a origem de seu nome papal.
Horas depois da eleição, o Vaticano divulgou que o nome de Sua Santidade não
será grafado com "I" (Primeiro) em algarismos romanos. Isso so acontecerá se, um
dia, houver um papa Francisco II.
Visões
É ligado a setores católicos conservadores na Argentina,
como o movimento de leigos Comunhão e Libertação, contrário ao aborto, à eutanásia e
ao casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Evita aparições na mídia e possui hábitos simples. Utiliza o transporte coletivo e não frequenta
restaurantes. Aprecia música clássica, literatura e é associado[19] e
torcedor do clube de futebol San Lorenzo de Almagro.
Aborto e eutanásia
O cardeal Bergoglio convidou os seus clérigos e os leigos para que se
opusessem ao aborto e à eutanásia.
Homossexualidade
É um forte opositor à legislação argentina que permite o casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Tendo dito que: "se o projeto de lei que prevê às pessoas do mesmo sexo a
possibilidade de se unirem civilmente e adotarem também crianças vier a ser
aprovado, poderia ter efeitos seriamente danosos sobre a família. O povo
argentino deverá afrontar nas próximas semanas uma situação que, caso tenha
êxito, pode ferir seriamente a família. Está em jogo a identidade e a
sobrevivência da família: pai, mãe e filhos. Não devemos ser ingénuos: essa não
é simplesmente uma luta política, mas é um atentado destrutivo contra o plano de
Deus".
Justiça social
É conhecido por sua postura à favor da justiça social, tendo dito em
2007 que: "Vivemos na região mais desigual do mundo, a que mais cresceu e
a que menos reduziu a miséria. A distribuição injusta de bens persiste, criando
uma situação de pecado social que grita aos céus e limita as possibilidades de
vida mais plena para muitos de nossos irmãos". Além disso, tal como São Francisco de Assis lavava os pés
dos leprosos, o Cardeal Bergoglio ganhou notoriedade em 2001 ao lavar os pés de
12 doentes de Aidsem
visita a um hospital .
Relações com o governo argentino
Foi denunciado em 2005 por supostas conexões com o sequestro pela
ditadura argentina dos padres jesuítas Orlando Virgilio Yorio e Francisco
Jalics em 23 de maio de 1976. Ambos trabalhavam sob o comando de Bergoglio. A
denúncia teve por base artigos jornalísticos e o livro 'Igreja e Ditadura',
escrito por Emilio Mignone, fundador
do Centro de Estudos Legais e Sociais (CELS).
Além do trabalho de pesquisa de Mignone, o livro El Silencio de Horacio Verbitsky no
capítulo "As Duas Faces do Cardeal" também explora o papel de agente
duplo desempenhado por Bergoglio junto à ditadura argentina. Segundo o autor do
livro, que alega ter acesso a documentos do Ministério das Relações Exteriores
e do Culto da Argentina, Bergoglio "vai à Chancelaria, pede um trâmite em
favor do sacerdote (Jalics), mas, por baixo do pano, diz para não o concederem
porque se trata de um subversivo".
Sergio Rubin, o seu biógrafo autorizado, relatou que Bergoglio, após a
prisão dos dois sacerdotes, trabalhou nos bastidores para a sua libertação e
intercedeu, de forma privada e pessoal, junto do ditador Jorge Rafael Videla: a sua intercessão poderia
ter contribuído para a posterior libertação destes sacerdotes. Ele também
relatou que, em segredo, Bergoglio deu frequentemente abrigo a pessoas
perseguidas pela ditadura em propriedades da Igreja, e houve uma vez que chegou
mesmo a dar os seus próprios documentos de identidade a um homem que se parecia
com ele, para que pudesse fugir da Argentina.
Obras
1982: Meditações para religiosos
1986: Reflexões sobre a vida apostólica
1992: Reflexões de esperança
1998: Diálogos entre João Paulo II e Fidel Castro
2003: Educar: demanda e paixão
2004: Colocar a nação em seus ombros
2005: A construção de uma nação
2006: Corrupção e pecado
2006: Na carga de si mesmo
2007: O verdadeiro poder é o serviço
2012: Mente aberta, coração acreditado