Papa destaca a confiança em Deus como verdadeiro refúgio, recordando o exemplo do apóstolo Pedro.

Papa Francisco celebrou neste domingo, 29, a Santa Missa na solenidade dos santos apóstolos Pedro e Paulo, patronos principais de Roma. Na homilia, Francisco destacou que Deus liberta o homem de todo o medo, sendo a confiança em Deus o verdadeiro refúgio.
Durante a celebração, Francisco entregou o pálio a 24 novos arcebispos provenientes de todo o mundo. Do Brasil, receberam o pálio o arcebispo de Porto Alegre (RS), Dom Jaime Spengler, e o arcebispo de Pouso Alegre (MG), Dom José Luiz Majella Delgado.
O Santo Padre recordou as perseguições ocorridas nos primeiros tempos do serviço de Pedro na comunidade cristã de Jerusalém. O apóstolo chegou a ser preso, mas Deus o libertou de todos os medos e de todas as cadeias. A partir desse fato, Francisco citou um problema da atualidade: o problema do medo e dos refúgios pastorais.
“Pergunto-me: Nós, amados Irmãos Bispos, temos medo? De que é que temos medo? E, se o temos, que refúgios procuramos, na nossa vida pastoral, para nos pormos a seguro? Procuramos porventura o apoio daqueles que têm poder neste mundo? Ou deixamo-nos enganar pelo orgulho que procura compensações e agradecimentos, parecendo-nos estar seguros com isso? Amados Irmãos Bispos, onde colocamos a nossa segurança?”
Francisco destacou que o testemunho de Pedro mostra que o verdadeiro refúgio é a confiança em Deus, o que afasta de todo o medo e torna o homem livre de toda escravidão e tentação mundana. Hoje, em especial, o Papa disse que tanto ele quanto os bispos sentem que o exemplo de São Pedro os desafia a verificar sua confiança no Senhor.
“A fidelidade que Deus, sem cessar, nos confirma também a nós, Pastores, independentemente dos nossos méritos, é a fonte de nossa confiança e da nossa paz. A fidelidade do Senhor para conosco mantém sempre aceso em nós o desejo de O servir e de servir os irmãos na caridade”.
O Pontífice concluiu destacando que a experiência de Pedro em seguir Jesus traz uma mensagem importante para os Pastores de hoje: Deus repete a cada um este convite – “Segue-me”. Ele exortou os arcebispos a não perderem tempo com questões ou conversas inúteis, mas a seguirem sempre Jesus, mesmo em meio às dificuldades.
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Durante celebração, Francisco fez imposição do pálio a 24 arcebispos provenientes de todo o mundo / Foto: Reprodução CTV
O Pálio
O Pálio (faixa de lã branca com seis cruzes pretas de seda) é uma insígnia litúrgica de “honra e jurisdição” que é abençoada pelos Papas nesta solenidade. Para além do próprio Papa, os Pálios são também envergados pelos arcebispos metropolitas nas suas Igrejas e nas da sua Província eclesiástica.
Esta insígnia é feita com a lã de dois cordeiros brancos abençoados pelo Papa na memória litúrgica de Santa Inês, em 21 de Janeiro. Um dos cordeiros vai enfeitado com flores brancas, símbolo da virgindade da Santa, e outro com flores vermelhas, símbolo do seu martírio.

Na festa de São Pedro e São Paulo, Igreja celebra Dia do Papa

“Oremus pro Pontifice nostro Francisco” – Nos Atos dos Apóstolos já aparece a origem da prática de “rezar por Pedro”
Cardeal Odilo Pedro Scherer
Arcebispo de São Paulo
No dia 29 de junho, a Igreja celebra a festa solene dos apóstolos Pedro e Paulo. De fato, é a comemoração do martírio desses dois “príncipes dos apóstolos”, cujo sangue foi derramado em Roma em testemunho por Jesus Cristo e pelo Evangelho; seus túmulos são venerados em Roma também em nossos dias.
São Pedro representa a unidade da Igreja e o pastoreio universal das ovelhas do rebanho do Senhor, conforme encargo por ele recebido do próprio Jesus, após a ressurreição: “apascenta os meus cordeiros… apascenta as minhas ovelhas” (cf Jo. 21,15-17). Pedro também foi encarregado de “confirmar os irmãos na fé” (cf Lc 22,32) e esta missão já lhe é reconhecida pela Igreja apostólica; o próprio Paulo foi confrontar sua pregação com Pedro, “para verificar se eu não estava correndo em vão” (cf Gl 2,2.7-9).
São Paulo representa a Igreja “em missão”, anunciando o Evangelho a todos os povos; ele mesmo reconhece que esta foi a missão recebida de Jesus e sua ação missionária ardorosa e incansável o demonstrou bem. A Liturgia desta festa destaca o papel diverso dos dois apóstolos, mas que contribuíram para a mesma missão da Igreja: “por meios diferentes, os dois congregaram a única família de Cristo” (Prefácio da missa).
O Papa, enquanto sucessor de Pedro, representa ambas essas missões da Igreja. Por isso, ele se ocupa e preocupa com a unidade da Igreja na confissão da mesma fé e com a superação das divisões; ao mesmo tempo, anima a Igreja para manter viva e dinâmica a ação missionária, em toda parte. O papa Francisco, como seus predecessores, está profundamente empenhado nesta dupla missão da Igreja de Cristo. Esta mesma dúplice missão também é compartilhada pelo colégio episcopal, junto com o Papa, e por todos e cada um dos bispos em sua diocese.
A missão evangelizadora não é obra apenas de vontades e projetos humanos; a Igreja age e faz a sua parte, “confiada à graça de Deus”, como fizeram Paulo e seus companheiros de missão (cf At. 14,26). Por isso, a oração é necessária, quer para se colocar na sintonia constante com Deus e seu desígnio sobre nós e o mundo, quer para obter do Espírito Santo a fecundidade e o fruto para a sua ação.
Na festa de São Pedro e São Paulo, a Igreja Católica comemora o “dia do Papa” e convida as suas comunidades, em todo o mundo, a fazerem oração pelo Sucessor de Pedro e a renovar a consciência da sua comunhão com ele; ao mesmo tempo, pede que expressem sua adesão ao Papa e sua missão, de maneira concreta, através do “óbolo de São Pedro”; com essa ajuda, o Papa pode realizar, em nome de todos, a caridade em situações de necessidade urgente, como catástrofes, e apoiar a vida e a missão da Igreja em lugares muito carentes.
Nos Atos dos Apóstolos já aparece a origem da prática de “rezar por Pedro”: enquanto o apóstolo estava na prisão, por ordem de Herodes, “a Igreja rezava continuamente a Deus por ele” (At 12,5). Pedro é libertado da prisão por um anjo de Deus. E a Igreja nunca mais deixou de rezar “por Pedro” e o faz ainda hoje, na Oração Eucarística de cada Missa, após a consagração.
E não é outro o pedido do papa Francisco, desde o primeiro momento de sua apresentação ao mundo, após a sua eleição: antes de dar a bênção apostólica ao povo, ele convidou todos a pedirem a bênção de Deus para ele. Em muitas outras ocasiões, ele o fez publicamente e, em privado, encontrando as pessoas: rezem por mim! Já pude testemunhar vários desses pedidos pessoalmente. Portanto, “oremus pro Pontifice nostro Francisco”! No dia do Papa e todos os dias.

As 3 lições de Francisco para uma Copa 'de solidariedade'

Em vídeo mensagem aos brasileiros sobre a Copa do Mundo de Futebol divulgada quarta-feira, 11, o Papa Francisco afirma que é preciso superar o racismo e que o futebol deve ser uma escola de construção para uma cultura do encontro, que permita a paz e a harmonia.

O Pontífice usa também uma gíria brasileira para defender o espírito de equipe não só no esporte, mas entre as pessoas e culturas: "Não é só no futebol que ser 'fominha' constitui um obstáculo para o bom resultado do time; pois, quando somos 'fominhas' na vida, ignorando as pessoas que nos rodeiam, toda a sociedade fica prejudicada".

O Papa afirma esperar que a Copa seja, além do esporte, festa de "solidariedade" entre os povos. 

A Copa começa nesta quinta-feira, 12, com o jogo de abertura entre Brasil e Croácia, em São Paulo. Ao todo, 32 seleções disputarão 64 jogos e a final, marcada para 13 de julho, será realizada no Maracanã, no Rio de Janeiro.

Abaixo, a íntegra da mensagem do Papa Francisco aos brasileiros:

"Queridos amigos, 

É com grande alegria que me dirijo a vocês todos, amantes do futebol, por ocasião da abertura da Copa do Mundo de 2014 no Brasil. Quero enviar uma saudação calorosa aos organizadores e participantes; a cada atleta e torcedor, bem como a todos os espectadores que, no estádio ou pela televisão, rádio e internet, acompanham este evento que supera as fronteiras de língua, cultura e nação. 

A minha esperança é que, além de festa do esporte, esta Copa do Mundo possa tornar-se a festa da solidariedade entre os povos. Isso supõe, porém, que as competições futebolísticas sejam consideradas por aquilo que no fundo são: um jogo e ao mesmo tempo uma ocasião de diálogo, de compreensão, de enriquecimento humano recíproco. O esporte não é somente uma forma de entretenimento, mas também - e eu diria sobretudo - um instrumento para comunicar valores que promovem o bem da pessoa humana e ajudam na construção de uma sociedade mais pacífica e fraterna. Pensemos na lealdade, na perseverança, na amizade, na partilha, na solidariedade. De fato, são muitos os valores e atitudes fomentados pelo futebol que se revelam importantes não só no campo, mas em todos os aspectos da existência, concretamente na construção da paz. O esporte é escola da paz, ensina-nos a construir a paz. 

Nesse sentido, queria sublinhar três lições da prática esportiva, três atitudes essenciais para a causa da paz: a necessidade de “treinar”, o “fair play” e a honra entre os competidores. Em primeiro lugar, o esporte ensina-nos que, para vencer, é preciso treinar. Podemos ver, nesta prática esportiva, uma metáfora da nossa vida. Na vida, é preciso lutar, “treinar”, esforçar-se para obter resultados importantes. O espírito esportivo torna-se, assim, uma imagem dos sacrifícios necessários para crescer nas virtudes que constroem o carácter de uma pessoa. Se, para uma pessoa melhorar, é preciso um “treino” grande e continuado, quanto mais esforço deverá ser investido para alcançar o encontro e a paz entre os indivíduos e entre os povos “melhorados”! É preciso “treinar” tanto… 

O futebol pode e deve ser uma escola para a construção de uma “cultura do encontro”, que permita a paz e a harmonia entre os povos. E aqui vem em nossa ajuda uma segunda lição da prática esportiva: aprendamos o que o “fair play” do futebol tem a nos ensinar. Para jogar em equipe é necessário pensar, em primeiro lugar, no bem do grupo, não em si mesmo. Para vencer, é preciso superar o individualismo, o egoísmo, todas as formas de racismo, de intolerância e de instrumentalização da pessoa humana. Não é só no futebol que ser “fominha” constitui um obstáculo para o bom resultado do time; pois, quando somos “fominhas” na vida, ignorando as pessoas que nos rodeiam, toda a sociedade fica prejudicada. 

A última lição do esporte proveitosa para a paz é a honra devida entre os competidores. O segredo da vitória, no campo, mas também na vida, está em saber respeitar o companheiro do meu time, mas também o meu adversário. Ninguém vence sozinho, nem no campo, nem na vida! Que ninguém se isole e se sinta excluído! Atenção! Não à segregação, não ao racismo! E, se é verdade que, ao término deste Mundial, somente uma seleção nacional poderá levantar a taça como vencedora, aprendendo as lições que o esporte nos ensina, todos vão sair vencedores, fortalecendo os laços que nos unem. 

Queridos amigos, agradeço a oportunidade que me foi dada de lhes dirigir estas palavras neste momento – de modo particular à Excelentíssima Presidenta do Brasil, Senhora Dilma Rousseff, a quem saúdo – e prometo minhas orações para que não faltem as bênçãos celestiais sobre todos. Possa esta Copa do Mundo transcorrer com toda a serenidade e tranquilidade, sempre no respeito mútuo, na solidariedade e na fraternidade entre homens e mulheres que se reconhecem membros de uma única família. Muito obrigado!"

Nota: No texto original em português, foi utilizado o termo futebolístico “fominha” que foi traduzido como 'individualista'. Na linguagem futebolística italiana, o vocábulo correspondente a “fominha” – aquele jogador que não passa a bola nunca – é “veneziano”. O termo “veneziano” pertence ao vocabulário esportivo popular e indica o jogador de futebol que, por ser dotado de boa técnica individual, excede no drible e termina por perder a bola para o jogador adversário ou por retardar a fluidez da ação do time. O termo vem da convicção que os habitantes de Veneza têm de querer fazer tudo sozinhos. Neste propósito se diz: “aquele ali é um veneziano, faz tudo sozinho”.

Texto proveniente da do site da Rádio Vaticano página http://pt.radiovaticana.va/news/2014/06/12/as_3_li%C3%A7%C3%B5es_de_francisco_para_uma_copa_de_solidariedade/bra-806415

Audiência: temer a Deus para não se deixar corromper pelo pecado


Cerca de 50 mil pessoas lotaram a Praça S. Pedro para a Audiência Geral desta quarta-feira.

Devido ao calor de 30 graus na capital italiana, o Papa cumprimentou os enfermos antes do início da Audiência, dentro da Sala Paulo VI. “Pensamos que fosse melhor para vocês aqui, tranquilo, um pouco de fresco. E não sob aquele sol que cozinha”, disse Francisco, depois de cumprimentá-los pessoalmente.

Já na Praça, a bordo do seu papamóvel, o Pontífice saudou os grupos de fiéis por cerca de meia-hora, antes de pronunciar a sua catequese - hoje dedicada ao último dos sete dons do Espírito Santo: o temor de Deus.

“Este dom não significa ter medo de Deus, mas nos recorda quanto somos pequenos diante Dele e do seu amor”, explicou o Papa. 

Quando o Espírito Santo habita em nosso coração, nos infunde consolo e paz. Quem se abandona a Deus, se sente protegido como uma criança nos braços de seu pai. “E isso é sentimento, é como o Espírito Santo nos faz sentir.”

Este dom do Espírito Santo ajuda a reconhecermo-nos como filhos amados e, ao mesmo tempo, consolida a nossa confiança e a nossa fé, porque nos faz ver como a nossa vida está nas mãos do Senhor. O temor de Deus então assume em nós a forma da docilidade, do reconhecimento e do louvor. 

É justamente na experiência dos nossos limites e da nossa pobreza que o Espírito nos conforta. E isto enche-nos de coragem e força! O temor de Deus faz de nós cristãos convictos, entusiastas, que seguem o Senhor não por medo, mas porque conquistados pelo seu amor. “Ser conquistados pelo amor de Deus: isto é belo, porque Ele nos ama com todo o seu coração.” 

Entretanto, este dom do Espírito Santo funciona também como “alarme”: 

Quando uma pessoa vive no pecado, quando explora os outros, quando vive só para o dinheiro, a vaidade, o poder ou o orgulho, então o temor de Deus lança o alerta: “Cuidado! Com todo esse poder, esse dinheiro, orgulho, não será feliz. Ninguém pode levar consigo nada disso “para o outro lado”. Somente podemos levar o amor que Deus Pai nos dá, os carinhos de Deus aceitos por nós com amor, e aquilo que fizemos aos outros. Cuidado, não depositem esperança no dinheiro, no poder, na vaidade. Essas coisas não podem nos prometer nada. 

Francisco mencionou as pessoas que têm responsabilidade sobre outras e se deixam corromper. “Vocês acreditam que um corrupto será feliz do outro lado?”, perguntou o Papa à multidão, respondendo que o fruto da corrupção corrompe também o coração. O Pontífice citou ainda as pessoas que lucram com o tráfico de seres humanos, exploram os outros e os que fabricam armas para fomentar guerras. 

Pensem que profissão é essa. Estou certo de que aqui não há fabricantes de armas, porque essas pessoas não vêm para ouvir a palavras de Deus. Fabricam a morte, são mercantes de morte. Que o temor a Deus lhes faça compreender que um dia tudo acaba e que deverão prestar contas a Deus.

O Papa concluiu: Peçamos ao Senhor a graça de unir a nossa voz àquela dos pobres, para acolher o dom do temor de Deus e poder nos reconhecer, com eles, cobertos pela misericórdia e pelo amor de Deus. Assim seja.

Na Praça, havia inúmeros peregrinos brasileiros, que assim foram saudados pelo Pontífice:

De coração saúdo todos os peregrinos de língua portuguesa, nomeadamente os grupos brasileiros das paróquias São Judas Tadeu e Nossa Senhora do Patrocínio. Sede bem-vindos! Não nos cansemos de vigiar sobre os nossos pensamentos e atitudes para podermos saborear desde já a ternura e o esplendor do rosto da Santíssima Trindade – Pai, Filho e Espírito Santo – que havemos de contemplar em toda a sua beleza na vida eterna. Desça, generosa, a sua Bênção sobre cada um de vós e vossas famílias.



Texto proveniente da 
do site da Rádio Vaticano página http://pt.radiovaticana.va/news/2014/06/11/audi%C3%AAncia:_temer_a_deus_para_n%C3%A3o_se_deixar_corromper_pelo_pecado/bra-806171

PAPA FRANCISCO ENSINA SOBRE O DOM DA PIEDADE - Audiência Geral na Praça de São Pedro, Quarta-feira, 4 de Junho de 2014

Cerca de 40 mil fiéis lotaram a Praça S. Pedro esta manhã para a Audiência Geral.

Sob um sol de verão, o Papa percorreu toda a Praça a bordo do seu papamóvel por cerca de 30 minutos para saudar a multidão em festa. 

Nesta quarta-feira, o Papa Francisco retomou sua catequese sobre os dons do Espírito Santo, para falar desta vez sobre a piedade – “dom que muitas vezes é incompreendido ou considerado de modo superficial”, disse o Papa. 

É preciso esclarecer logo que este dom não se identifica com sentir compaixão por alguém, mas indica a nossa pertença a Deus e o nosso elo profundo com Ele – um elo que dá sentido à nossa vida, explicou.

Longe de ser um dever ou imposição, a piedade garante que a nossa relação com Deus brote genuinamente do nosso coração: o Espírito Santo nos leva a perceber a presença de Deus e todo o seu amor, o que suscita em nós gratidão e louvor, e nos faz viver como seus filhos.

Por outro lado, se a piedade nos faz crescer na relação e na comunhão com Deus, ao mesmo tempo nos ajuda a dirigir este amor também aos outros. E então seremos movidos por sentimentos de piedade – não de pietismo! – 

Por que não digo pietismo? Porque algumas pessoas pensam que ter piedade é fechar os olhos e fazer cara de santo. Fazer de conta que é um santo. Mas este não é o dom da piedade. É o que nos torna capazes de alegrar-nos com quem se alegra, chorar com quem chora, estar próximo de quem está só ou angustiado, corrigir quem está no erro, consolar quem está aflito, acolher quem passa necessidade. Há uma relação muito estreita entre o dom da piedade e da mansidão, que nos faz tranquilos, pacientes, em paz com Deus: a serviço com mansidão dos outros. 

O Papa então concluiu:

Peçamos ao Senhor que o dom do seu Espírito possa vencer o nosso temor e as nossas incertezas, e também o nosso Espírito inquieto, impaciente. E possa nos tornar testemunhas alegres de Deus e do seu amor, adorando o Senhor em verdade e também nos serviços ao próximo, com mansidão e com o sorriso que sempre nos dá na alegria o Espírito Santo. Que Ele nos dê a todos este dom da piedade.

Entre os inúmeros fiéis e peregrinos oriundos de várias partes do mundo, do Brasil havia grupos de Brasília e do Caminho neocatecumenal de São Carlos e Jundiaí (SP), que assim foram saudados por Francisco:

Queridos amigos vindos de Angola, do Brasil e outros países de língua portuguesa: sejam bem-vindos! Diante dos desafios e dificuldades da vida, peçamos ao Senhor o dom da piedade, para que possamos permanecer sempre firmes no testemunho alegre da nossa fé cristã. Que Deus vos abençoe! 

O Pontífice saudou de modo especial os jovens poloneses reunidos em Lednica, para renovar sua adesão a Cristo e à Igreja. “Queridos jovens, sejam corajosos! Respondam com entusiasmo ao amor de Deus como filhos prediletos. Que S. João Paulo II, que iniciou com vocês o caminho de Lednica 18 anos atrás, os guie e lhes obtenha todas as graças necessárias para que suas vidas sejam plenas e generosas.”


Fonte: Rádio Vaticano